José Antônio Saraiva

José Antônio Saraiva
José Antônio Saraiva
24º e 29º Presidente do Conselho de Ministros do Brasil
Período 6 de maio de 1885
a 20 de agosto de 1885
Monarca Pedro II
Antecessor(a) Sousa Dantas
Sucessor(a) O Barão de Cotejipe
Período 28 de março de 1880
a 21 de janeiro de 1882
Monarca Pedro II
Antecessor(a) João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu
Sucessor(a) Martinho Álvares da Silva Campos
Ministro da Fazenda
Período 6 de maio de 1885
a 20 de agosto de 1885
Antecessor(a) Sousa Dantas
Sucessor(a) Francisco Belisário Soares de Sousa
Período 28 de março de 1880
a 21 de janeiro de 1882
Antecessor(a) Afonso Celso de Assis Figueiredo
Sucessor(a) Martinho Álvares da Silva Campos
Ministro das Relações Exteriores
Período 12 de maio de 1865
a 3 de agosto de 1866
Antecessor(a) João Pedro Dias Vieira
Sucessor(a) Martim Francisco Ribeiro de Andrada
Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império
Período 21 de abril de 1861
a 10 de julho de 1861
Antecessor(a) José Ildefonso de Sousa Ramos
Sucessor(a) Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato
Dados pessoais
Nascimento 1 de maio de 1823
Santo Amaro, Bahia, Brasil
Morte 21 de julho de 1895 (72 anos)
Salvador, Bahia, Brasil
Partido Liberal
Religião Catolicismo
Profissão Advogado
Assinatura Assinatura de José Antônio Saraiva

José Antônio Saraiva (Santo Amaro, 1 de maio de 1823 – Salvador, 21 de julho de 1895), também conhecido como Conselheiro Saraiva, foi um advogado e político brasileiro. Foi deputado provincial, presidente de província, ministro dos Negócios Estrangeiros (ver Gabinete Olinda de 1865), ministro da Guerra, ministro da Marinha (ver Gabinete Olinda de 1857), ministro do Império (ver Gabinete Caxias de 1861), presidente do Conselho de Ministros, ministro da Fazenda, senador do Império de 1869 a 1889 e da República de 1890 a 1893.

Presidente do Conselho de Ministros

Mais Informações: Gabinete Saraiva (1880) e Gabinete Saraiva (1885)

Exerceu o cargo de Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) nos períodos de 28 de março de 1880 a 20 de agosto de 1882 e de 6 de maio de 1885 a 20 de agosto do mesmo ano.

Em sua primeira passagem pelo cargo (1880-1882), foi responsável pela aprovação da chamada Lei Saraiva, reforma eleitoral que introduziu o sufrágio direto no Brasil. Na segunda vez (1885), foi co-responsável, juntamente com João Maurício Wanderley, Barão de Cotegipe, pela aprovação da chamada Lei dos Sexagenários (também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe), que libertou os escravos com 60 anos de idade ou mais.

Na madrugada de 16 de novembro de 1889, D. Pedro II chegou a nomeá-lo novamente, no lugar de Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto, mas o fato sequer foi reconhecido, devido à Proclamação da República no dia anterior.

Presidente de Província

Litografia de José Antônio Saraiva feita por Sébastien Auguste Sisson em 1861.

Piauí - Nomeado por Carta Imperial de 23 de junho de 1850, presidiu a província de 7 de setembro desse ano a 12 de março de 1853, com apenas 27 anos, graças ao grande prestígio de Pedro de Araújo Lima, então Visconde de Olinda, seu padrinho político. Sendo seu primeiro cargo público relevante, o conselheiro foi responsável pela mudança da capital de Oeiras para Teresina.

A medida que a economia pecuária entrou em declínio, as elites políticas oeirenses demonstraram a incapacidade de criar alternativas para os destinos da província. Foi esta a situação que deu origem a ideia de transferência da capital para a região da Vila do Poti. A região onde se criaria a nova capital apresentava, segundo o pensamento de Saraiva, as condições para se resolverem os problemas fundamentais que provocavam a crise vivida pela sociedade piauiense da época, pois mudaria o eixo das relações político-econômicas, até então situado no interior da província, numa região de difícil comunicação, que se manteve viva enquanto a pecuária ainda se mostrava capaz de sustentar a região.

Essa ousadia de Saraiva lhe rendeu bastante prestígio, devido a sua coragem e capacidade para convencer o povo piauiense, principalmente as oligarquias de Oeiras e Campo Maior, a aderir a nova ideia de progresso que seria a transferência da capital, chegando a assustar até mesmo o governo central do Rio de Janeiro, que acreditou, por um momento, ter sido um erro colocar um jovem para assumir um posto político importante. Porém, futuramente, com o sucesso de seu projeto e sua boa administração em outras províncias, tornou-se um homem de confiança de D. Pedro II.

Gravura de José Antônio Saraiva feita por Angelo Agostini em 1895.

Teresina foi fundada em 16 de agosto de 1852, assim denominada em homenagem à Imperatriz, Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II. A cidade se tornou a capital da província (depois do estado) desde essa data, transferindo para ela, desde Oeiras, a sede administrativa da região.

Depois do sucesso de sua administração no Piauí, o Conselheiro Saraiva foi nomeado presidente de mais três províncias importantes do Império, entre 1853 e 1859.

  • Alagoas - Presidiu a província entre 19 de outubro de 1853 e 26 de abril de 1854, e de março a 20 de maio de 1856;
  • São Paulo - Presidiu a província entre 26 de junho de 1854 e 16 de maio de 1855;
  • Pernambuco - Nomeado em 17 de dezembro de 1858, presidiu a província de 27 de janeiro a 20 de abril de 1859.

Está sepultado no Cemitério do Campo Santo em Salvador.[1]

Gabinete de 28 de março de 1880

Foi simultaneamente Presidente do Conselho de Ministros e Ministro da Fazenda.

Gabinete de 6 de maio de 1885

Foi simultaneamente Presidente do Conselho de Ministros e Ministro da Fazenda.

Ver também

Referências

  1. Conselheiro Saraiva: Prefeito quer trazer restos mortais para Teresina

Referências Bibliográficas

  • Piauí: Formação - Desenvolvimento - Perspectivas. Organizado por R. N. Monteiro de Santana. Teresina, Halley, 1995, p. 462.
  • LIMA, Iracilde Maria de Moura Fé. Piauí: tempo e espaço: estudos sociais / Iracilde Maria de Moura Fé Lima, Maria Cecília Silva de Almeida Nunes, Emília Maria de Carvalho Gonçalves Rebêlo. - São Paulo: FTD, (Terceira Edição) 1995.

Bibliografia

  • Câmara dos Deputados (1978). José Antônio Saraiva (Conselheiro Saraiva). Perfis Parlamentares 4. Rio de Janeiro: José Olympio.

Ligações externas

  • «Biografia no sítio do Ministério da Fazenda do Brasil» 
  • «Relatório com que o exmo. sr. conselheiro José Antônio Saraiva abriu a sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta província em 1 de março de 1859.»  Disponibilizado pelo Center for Research Libraries
  • «Relatório apresentado à Assembleia Geral Legislativa na 1ª sessão da 11ª legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império 'José Antônio Saraiva', 1861.»  Disponibilizado pelo Center for Research Libraries
  • «Relatório da Repartição dos Negócios Estrangeiros apresentado à Assembleia Geral Legislativa na quarta sessão da décima-segunda legislatura, pelo respectivo Ministro e Secretário de Estado José Antônio Saraiva, (em 11 de maio de 1866).»  Disponibilizado pelo Center for Research Libraries


Precedido por
Inácio Francisco Silveira da Mota
Presidente da província do Piauí
1850 — 1853
Sucedido por
Simplício de Sousa Mendes
Precedido por
Manuel Sobral Pinto
Presidente da província de Alagoas
1853 — 1854
Sucedido por
Roberto Calheiros de Melo
Precedido por
Josino do Nascimento Silva
Presidente da província de São Paulo
1854 — 1855
Sucedido por
Antônio Roberto de Almeida
Precedido por
Roberto Calheiros de Melo
Presidente da província de Alagoas
1856
Sucedido por
Esperidião Elói de Barros Pimentel
Precedido por
José Maria da Silva Paranhos
Ministro da Marinha do Brasil
1857 — 1858
Sucedido por
Antônio Paulino Limpo de Abreu
Precedido por
Luís Alves de Lima e Silva
Ministro da Guerra do Brasil
1858 — 1861
Sucedido por
Luís Alves de Lima e Silva
Precedido por
Manuel Felizardo de Sousa e Melo
Presidente da província de Pernambuco
1859
Sucedido por
Luís Barbalho Moniz Fiúza
Precedido por
Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato
Ministro dos Negócios do Império do Brasil
1861
Sucedido por
José Ildefonso de Sousa Ramos
Precedido por
Francisco Xavier Pinto de Lima
Ministro da Marinha do Brasil
1865
Sucedido por
Francisco de Paula da Silveira Lobo
Precedido por
João Pedro Dias Vieira
Ministro das Relações Exteriores do Brasil
1865 — 1866
Sucedido por
Martim Francisco Ribeiro de Andrada
Precedido por
Francisco de Paula da Silveira Lobo
Ministro da Marinha do Brasil
1865 — 1866
Sucedido por
Francisco de Paula da Silveira Lobo
Precedido por
João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu
Presidente do Conselho de Ministros
28 de março de 1880 — 21 de janeiro de 1882
Sucedido por
Martinho Álvares da Silva Campos
Precedido por
Afonso Celso de Assis Figueiredo
Ministro da Fazenda do Brasil
1880 — 1882
Sucedido por
Martinho Álvares da Silva Campos
Precedido por
Pedro Luís Pereira de Sousa
Ministro dos Transportes do Brasil e
Ministro da Agricultura do Brasil

1881 — 1882
Sucedido por
Manuel Alves de Araújo
Precedido por
Sousa Dantas
Presidente do Conselho de Ministros
6 de maio de 1885 — 20 de agosto de 1885
Sucedido por
João Maurício Wanderley
Precedido por
Sousa Dantas
Ministro da Fazenda do Brasil
1885
Sucedido por
Francisco Belisário Soares de Sousa


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Brasão do Império do Brasil (segundo reinado)
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Brasão do Império do Brasil (segundo reinado)
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Presidentes da Província de São Paulo — Império (1822—1889)
Primeiro reinado
Brasão do Império do Brasil (segundo reinado)
Período regencial
Segundo reinado
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Bandeira do primeiro reinado Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
Bandeira do segundo reinado Segundo reinado
(D. Pedro II)
Bandeira do Brasil (1889-1960) República Velha
(1.ª República)
Bandeira do Brasil (1889-1960) Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Bandeira do Brasil (1889-1960) Período Populista
(4.ª República)
Bandeira do Brasil Ditadura Militar
(5.ª República)
Bandeira do Brasil Nova República
(6.ª República)
Com a criação do Ministério da Defesa, em 10 de junho de 1999, o ministro da Marinha passou a ser denominado comandante da Marinha.
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Estado e
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Regência
(príncipe D. Pedro)
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(D. Pedro I)
Período regencial
Segundo reinado
(D. Pedro II)
República Velha
(1.ª República)
Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Até 1967, o responsável pela gestão do Exército era o ministro da Guerra. De 1967 até 10 de junho de 1999 — data da criação do Ministério da Defesa — o responsável era o ministro do Exército. Após essa data, passou a ser denominado comandante do Exército.
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Reino Unido
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D. Pedro
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Período regencial
Bandeira do segundo reinado Segundo reinado
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(D. Pedro I)
Período regencial
Segundo reinado
(D. Pedro II)
República Velha
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(4.ª República)
Ditadura militar
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Nova República
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Império

Manuel Alves Branco José Carlos Pereira de Almeida Torres Francisco de Paula Sousa e Melo Pedro de Araújo Lima José da Costa Carvalho Joaquim José Rodrigues Torres Honório Hermeto Carneiro Leão Luís Alves de Lima e Silva Pedro de Araújo Lima Antônio Paulino Limpo de Abreu Ângelo Moniz da Silva Ferraz Luís Alves de Lima e Silva Zacarias de Góis Pedro de Araújo Lima Zacarias de Góis Francisco José Furtado Pedro de Araújo Lima Zacarias de Góis Joaquim José Rodrigues Torres José Antônio Pimenta Bueno José Maria da Silva Paranhos Luís Alves de Lima e Silva João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu José Antônio Saraiva • Martinho Álvares da Silva Campos João Lustosa da Cunha Paranaguá Lafayette Rodrigues Pereira Sousa Dantas José Antônio Saraiva • João Maurício Wanderley João Alfredo Correia de Oliveira Afonso Celso de Assis Figueiredo


República

Tancredo Neves Brochado da Rocha Hermes Lima

Bandeira do Império do Brasil



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Reino Unido
Regência
(príncipe D. Pedro)
Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
Segundo reinado
(D. Pedro II)
República Velha
(1.ª República)
Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
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Indica secretário com atribuições equivalentes ao ministro da Fazenda (órgão extinto durante o governo Bolsonaro)
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República Velha
(1.ª República)
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(D. Pedro II)
Bandeira do Brasil
República Velha
(1.ª República)
Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
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(6.ª República)
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Gabinete Saraiva (1880–1882)
Presidente do
Conselho de Ministros
  • José Antônio Saraiva (1880–1882)
José Antônio Saraiva, presidente do Conselho de Ministros
Secretarias
de Estado
Negócios da Agricultura,
Comércio e Obras Públicas
Negócios Estrangeiros
Negócios da Fazenda
  • José Antônio Saraiva (1880–1882)
Negócios da Guerra
Negócios do Império
Negócios da Justiça
Negócios da Marinha
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Gabinete Saraiva (1885)
Presidente do
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José Antônio Saraiva, presidente do Conselho de Ministros
Secretarias
de Estado
Negócios da Agricultura,
Comércio e Obras Públicas
Negócios Estrangeiros
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