Livraria Schmidt Editora

Livraria Schmidt Editora
Tipo anterior
Editora
Fundação 1930
Fundador(es) Augusto Frederico Schmidt
Encerramento 1939
Sede Rio de Janeiro
Produtos Livros
Antecessora(s) Livraria Católica

A Livraria Schmidt Editora foi uma livraria e editora brasileira, localizada no Rio de Janeiro, que esteve em atividade de 1930 a 1939, e que anteriormente teve o nome de Livraria Católica.

Histórico

A Livraria Schmidt foi fundada em 1930 pelo poeta Augusto Frederico Schmidt, na Rua Sachet, nº 27, com o nome Livraria Católica. Schmidt logo se tornou o principal editor da geração modernista da época.

O modernismo, vinculado ao nacionalismo, ganhara implicações religiosas, quando o catolicismo renasceu, como uma contestação ideológica[1]. Tal renascimento pode ser decorrente do período de 2 anos antes, quando houve a trágica morte de Jackson de Figueiredo, houve a conversão de Alceu Amoroso Lima e houve o primeiro feito político do movimento: a reintrodução do ensino religioso nas escolas públicas de Minas Gerais.

A Livraria Católica logo se tornou ponto de encontro da elite intelectual da época, com freqüentadores como Manuel Bandeira, Afonso Arinos de Melo Franco, Hamilton Nogueira, Sobral Pinto e Alceu Amoroso Lima, e ficaram conhecidos como o “Círculo Católico”[2]. Defendiam, principalmente, a convicção de que o artista deve se preocupar com questões de teoria política e social, e a defesa de uma literatura engajada.

Schmidt não era, porém, ideologicamente inflexível, e acabou mudando o nome da livraria, tirando a palavra “católica” e a denominando apenas Livraria Schmidt Editora. Seu primeiro lançamento foi “Oscarina”, uma coletânea de contos sobre a classe inferior urbana e a vida militar. O autor era Eddy Dias da Cruz, caixeiro viajante de 24 anos que assinava Marques Rebelo. Em seguida, Schmidt lançou o 1º livro do ainda mais jovem Octavio Faria, de 23 anos, “Maquiavel e o Brasil”. O 3º livro publicado por Schmidt foi “A Mulher que fugiu de Sodoma”, de José Geraldo Vieira, e em 1931, lançou “O País do Carnaval”, de Jorge Amado.

Após 1934, houve um gradativo declínio da Schmidt, e em 1939 foi absorvida e suas instalações foram adquiridas por Zélio Valverde, de cuja firma Schmidt se tornou sócio[3].

Lista parcial de obras

  • “Outubro de 1930”, Virgílio de Melo Franco (irmão de Afonso Arinos)
  • “O Inconfidente Cláudio Manuel da Costa” e “As Cartas Chilenas”, Caio Melo Franco (também irmão de Afonso Arinos), 1931
  • “Alberto Torres e o tema de nossa geração”, Cândido Motta Filho, 1931
  • “Debates Pedagógicos”, de Alceu Amoroso Lima
  • “João Miguel”, Raquel de Queirós, 1933
  • "Hamleto (Hamlet)" , Tristão da Cunha, 1933
  • “Caetés”, Graciliano Ramos, 1933
  • “A Introdução à Realidade Brasileira”, Afonso Arinos Melo Franco, 1933
  • “Casa Grande e Senzala”, Gilberto Freyre, 1933
  • “Maleita”, Lúcio Cardoso, 1934

Coleção Azul:

  • A Desordem, Virgílio de Santa Rosa.1932.
  • A Gênese da Desordem, de Alcindo Sodré, 1932
  • O Sentido do Tenentismo, de Virgílio de Santa Rosa, 1932
  • O Brasil Errado, de Martins de Almeida, 1932
  • O que é o Integralismo?, Plínio Salgado, 1933
  • A psicologia da revolução, Plínio Salgado, 1933
  • Na revolução de 1930, de Estevão Leitão de Carvalho, 1933

Ver também

Referências

  1. Hallewell, 1985, p.339
  2. Hallewell, 1985, p. 339
  3. Hallewell, 1985, p. 343

Referências bibliográficas

  • HALLEWELL, Laurence (1985). O livro no Brasil: sua história. São Paulo: EdUSP. [S.l.: s.n.] ISBN 85-85008-24-5, Coleção Coroa Vermelha, Estudos Brasileiros, v. 6 Verifique |isbn= (ajuda)