João de Camargo

João de Camargo Barros
Pseudônimo(s) João de Camargo
Nascimento 5 de julho de 1858 (165 anos)
Sarapuí
Morte 28 de setembro de 1942 (84 anos)
Sorocaba
Nacionalidade  Brasil
Ocupação Santo popular e milagreiro
Principais trabalhos Associação Espírita e Beneficente Capela do Senhor do Bonfim
Religião Sincrética
Página oficial
http://www.joaodecamargo.com.br

João de Camargo Barros, mais conhecido como João de Camargo (Sarapuí, 05 de julho de 1858 — Sorocaba, 28 de setembro de 1942),[1] foi um religioso brasileiro, também considerado santo popular, milagreiro e preto-velho.

Trajetória

Viveu em Sorocaba, no Estado de São Paulo, onde criou a Igreja do Bom Jesus do Bonfim das Águas Vermelhas, no bairro de mesmo nome.[2]

Nascido escravo, herdou o sobrenome de seu antigo dono. Após a Lei Áurea, foi liberto e mudou-se para Sorocaba, onde foi cozinheiro, militar, trabalhador de lavoura e de olarias. Saiu da cidade por duas vezes, onde, numa dessas vezes, conheceu Rosário do Espírito Santo, que veio a ser sua esposa. Porém, ambos viveram juntos por apenas cinco anos, logo se separando.[3]

Desde jovem recebeu muitas influências religiosas, das religiões africanas, através de sua mãe, e do Cristianismo, através de sua sinhazinha Ana Teresa de Camargo e do padre João Soares do Amaral. Através dessas diversas influências, sua fé tornou-se uma espécie de sincretismo entre várias religiões.[3]

Nhô João, como mais tarde viria a ser chamado, segundo seus devotos, já praticava curas desde 1897. Porém, durante a vida, teve muitos problemas com o alcoolismo, que o impediriam de assumir plenamente sua missão. Em 1906, teria tido uma visão que o curou do vício na bebida, fazendo-o dedicar-se completamente ao projeto de criar a sua igreja, no antigo e distante bairro das Águas Vermelhas (hoje o bairro nobre Jardim Vergueiro). Processado por curandeirismo em 1913, Nhô João decidiu, para proteger a nova religião, registrá-la oficialmente como Associação Espírita e Beneficente Capela do Senhor do Bonfim, reconhecida como pessoa jurídica em fevereiro de 1921.[3][4][5]

Também foi o fundador, em 1915, do Grupo Musical São Luís, reunido a partir de músicos que animavam cordões carnavalescos de Sorocaba.

Legado e pesquisas

Interior da Igreja do Bom Jesus do Bonfim das Águas Vermelhas de Sorocaba (Capela de João de Camargo).

Sobre sua vida e legado, foram publicadas várias biografias e pesquisas científicas.[6] Em 2003, foi homenageado no enredo da escola de samba paulistana Império de Casa Verde. O desfile contou com a participação do ator Paulo Betti, que é devoto de Nhô João e produziu o filme Cafundó, sobre sua vida.

Vídeos e documentários

  • «No tempo de João de Camargo» 
  • «Pai João de Camargo - Igreja da Água Vermelha» 
  • «Cerimônia religiosa lembra 70 anos da morte de João de Camargo» 
  • o filme de longa metragem, estreado em 2005, com Lazaro Ramos, Francisco Cuoco, Luis Mello, Leona Cavalli, Renato Consorte, Chica Lopes, Abrahão Farc e muitos outros excelentes atores e atrizes. O filme foi produzido e dirigido por Paulo Betti.A direção Paulo dividiu com Clovis Bueno, que junto com Vera Hamburguer a direção de arte.O filme ganhou 17 premios internacionais, sendo 5 em Gramado.

Ligações externas

  • «Capela Senhor do Bonfim» 
  • «Página sobre o filme Cafundó» 
  • Cafundó (filme)

Referências

  1. http://www.sorocaba.com.br/enciclopediasorocabana/index.php?local=titulos&tipo=verbetes&ler=1093482867 acessada em 6 de Novembro de 2007
  2. Pai Joaquim. «João de Camargo». Consultado em 28 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 28 de outubro de 2017 
  3. a b c Amaral, Fundação Ubaldino do. «De escravo a missionário da fé». Jornal Cruzeiro do Sul 
  4. «João de Camargo e a Igreja da Água Vermelha » Perdido em Pensamentos». perdido.co. Consultado em 21 de janeiro de 2018 
  5. Amaral, Fundação Ubaldino do. «Igreja lembra os 70 anos da morte de João de Camargo». Jornal Cruzeiro do Sul 
  6. SCIEZ, Oscar Calavia. João de Camargo: sincretismo e identidades. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v.16 n.24, p.138-153, out. 1998.