Faustina, a Maior

 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Faustina.
Faustina, a Velha
Imperatriz-consorte romana
Reinado 11 de julho de 138-140
Consorte Antonino Pio
Antecessor(a) Vibia Sabina
Sucessor(a) Faustina, a Menor
Nascimento c. 21 de setembro de 100[1]
  Roma
Morte 140 (40 anos)
Nome completo  
Annia Galeria Faustina Major
Dinastia Nerva-antonina
Pai Marco Ânio Vero
Mãe Rupília Faustina
Filho(s) Marco Aurélio Fúlvio Antonino
Marco Galério Aurélio Antonino
Aurélia Fadila
Faustina, a Jovem

Faustina, a Maior (em latim: Annia Galeria Faustina Major), também chamada de Faustina, a Velha ou Faustina I, foi uma imperatriz-consorte romana, esposa do imperador Antonino Pio.

Primeiros anos

Faustina era a única filha conhecida do cônsul e prefeito Marco Ânio Vero e Rupília Faustina. Seus irmãos eram o cônsul Marco Ânio Libo e o pretor Marco Ânio Vero. Suas tias maternas eram a imperatriz Víbia Sabina e Matídia Menor. Seu avô paterno tinha o mesmo nome que seu pai e seus avós maternos eram Salonina Matídia (sobrinha do imperador Trajano) e o cônsul sufecto Libo Rupílio Frugi. Faustina nasceu e foi criada em Roma.

Família e filhos

Entre 110 e 115, ainda apenas uma cidadã romana, Faustina se casou com Antonino Pio e o casal teve um casamento muito feliz. Ela deu-lhe quatro filhos, dois meninos e duas meninas:

  • Marco Aurélio Fúlvio Antonino (m. antes de 138); sua inscrição sepulcral foi encontrada no Mausoléu de Adriano em Roma.
  • Marco Galério Aurélio Antonino (m. antes de 138); sua inscrição sepulcral foi encontrada no Mausoléu de Adriano em Roma e seu nome aparece numa moeda imperial grega.
  • Aurélia Fadila (m. antes de 135); ela se casou com Élio Lmai Silvano (ou Silano). Ela parece não ter tido filhos com o marido e sua inscrição sepulcral foi encontrada na Itália.
  • Ânia Galéria Faustina Minor, mais conhecida como Faustina, a Jovem (entre 125/130-175); ela se casou com o primo pelo lado da mãe, o futuro imperador Marco Aurélio.

Faustina, a Jovem, foi a única a chegar à idade adulta.

Imperatriz

Apoteose de Antonino e Faustina. Na Coluna de Antonino Pio, em Roma.

Em 10 de julho de 138, seu tio, o imperador Adriano, morreu e seu marido, filho adotivo e herdeiro dele, se tornou o novo imperador. Faustina se tornou imperatriz e o senado lhe concedeu o título de augusta. Faustina era muito respeitada e renomada por sua beleza e sabedoria. A Historia Augusta criticou-a por ser de uma "franqueza excessiva" e ser "frívola". Por toda a vida, como cidadã e imperatriz, Faustina esteve envolvida em ações de caridade para os pobres, patrocinando e apoiando a educação de crianças romanas, particularmente garotas.

Morte e legado

Quando Faustina morreu, Antonino lamentou profundamente sua perda. Ela foi deificada e sua apoteose (ascensão) foi retratada numa coluna honorária. Antonino também mandou construir o Templo de Faustina no Fórum Romano, com sacerdotisas permanentes. Além disso, diversas moedas foram cunhadas com sua imagem, com bela decoração e trazendo a inscrição DIVA FAVSTINA ("Faustina Divina"). Antonino fundou uma escola chamada Puellae Faustinianae ("Garotas de Faustina"), para continuar o trabalho assistencial da falecida esposa e criou uma nova alimenta (ver Suprimento de grãos para a cidade de Roma) para os pobres.

Em agosto de 2008, arqueólogos desenterraram na Turquia a cabeça de uma estátua da imperatriz,[2] além de partes de uma estátua de seu genro, o imperador Marco Aurélio.[3][4]

Árvore genealógica

  • v
  • d
  • e
Árvore genealógica da Dinastia nerva-antonina
Q. Márcio Bareia SoranoQ. Márcio Bareia SuraAntônia FurnilaM. Coceio NervaSérgia PlaucilaP. Élio Adriano
Tito
(r. 79–81)
Márcia FurnilaMárciaTrajano paiNerva
(r. 96–98)
Úlpia[i]Élio Adriano Marulino
Júlia Flávia[ii]Marciana[iii]C. Salônio Matídio[iv]Trajano
(r. 98–117)
PlotinaP. Acílio AcianoP. Élio Afer[v]Paulina Maior[vi]
Lúcio Míndio
(2)
Libão Rupílio Frúgio
(3)
Matídia[vii]L. Víbio Sabino
(1)[viii]
Paulina Menor[vi]L. Júlio Urso Serviano[ix]
Matídia Menor[vii]Suetônio?[x]Sabina[iii]Adriano
[v][xi][vi] (r. 117–138)
Antínoo[xii]
Júlia Balbila?[xiii]C. Fusco Salinador IJúlia Serviana Paulina
M. Ânio Vero[xiv]Rupília Faustina[xv]Boiônia PrócilaCn. Árrio Antonino
L. Ceiônio CômodoÁpia SeveraL. Fusco Salinador
L. Cesênio PetoÁrria AntoninaÁrria Fadila[xvi]T. Aurélio Fulvo
L. Cesênio AntoninoL. Ceiônio CômodoFundânia Pláuciaignota[xvii]C. Avídio Nigrino
M. Ânio Vero[xv]Domícia Lucila[xviii]Fundânia[xix]M. Ânio Libão[xv]FAUSTINA[xvi]Antonino Pio
(r. 138–161)[xvi]
L. Élio César[xvii]Avídia Pláucia[xvii]
Cornifícia[xv]MARCO AURÉLIO
(r. 161–180)[xx]
FAUSTINA Menor[xx]C. Avídio Cássio[xxi]Aurélia Fadila[xvi]LÚCIO VERO
(r. 161–169)[xvii]
(1)
Ceiônia Fábia[xvii]Pláucio Quintílio[xxii]Q. Servílio PudenteCeiônia Pláucia[xvii]
Cornifícia Menor[xxiii]M. Petrônio SuraCÔMODO
(r. 177–192)[xx]
Fadila[xxiii]M. Ânio Vero César[xx]Ti. Cláudio Pompeiano
(2)
Lucila[xx]M. Pláucio Quintílio[xvii]Júnio Licínio BalboServília Ceiônia
Petrônio AntoninoL. Aurélio Agáclito
(2)
Aurélia Sabina[xxiii]L. Antíscio Burro
(1)
Pláucio QuintílioPláucia ServíliaC. Fúrio Sabino TimesiteuAntônia GordianaJúnio Licínio Balbo?
Fúria Sabina TranquilinaGORDIANO III
(r. 238–244)
  • (1) = 1ª esposa
  • (2) = 2ª esposa
  • (3) = 3ª esposa
  •   Vinho escuro indica um imperador da Dinastia nerva-antonina

      Vinho claro indica um herdeiro aparente da mesma dinastia que não chegou a assumir o trono

      Cinza indica um aspirante fracassado ao trono

      Roxo indica um imperador de outras dinastias
  • Linhas tracejadas indicam uma adoção; linhas pontilhadas indicam casos amorosos ou relações fora do casamento
  • Minúsculas = pessoas deificadas postumamente (augustos, augustas ou outras)
Notas:

Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.

  1. Irmã do pai de Trajano: Giacosa (1977), p. 7.
  2. Giacosa (1977), p. 8.
  3. a b Levick (2014), p. 161.
  4. Marido de Úlpia Marciana: Levick (2014), p. 161.
  5. a b Giacosa (1977), p. 7.
  6. a b c DIR contributor (Herbert W. Benario, 2000), "Adriano".
  7. a b Giacosa (1977), p. 9.
  8. Marido de Salonina Matídia: Levick (2014), p. 161.
  9. Smith (1870), "Júlio Servianus".
  10. Suetônio seria um possível amante de Sabina: uma possível interpretação de HA, Adriano 11:3
  11. Smith (1870), "Adriano", pp. 319–322.[ligação inativa]
  12. Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
  13. Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
  14. Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
  15. a b c d Levick (2014), p. 163.
  16. a b c d Levick (2014), p. 162.
  17. a b c d e f g Levick (2014), p. 164.
  18. Esposa de M. Ânio Vero: Giacosa (1977), p. 10.
  19. Esposa de M. Ânio Libão: Levick (2014), p. 163.
  20. a b c d e Giacosa (1977), p. 10.
  21. Pseudo-Dião Cássio (72.22) conta que Faustina, a Velha, prometeu se casar com Avídio Cássio, uma história que também aparece na HA "Marco Aurélio" 24.
  22. Marido de Ceiônia Fábia: Levick (2014), p. 164.
  23. a b c Levick (2014), p. 117.
Referências:
  • DIR contributors (2000). «De Imperatoribus Romanis: An Online Encyclopedia of Roman Rulers and Their Families». Consultado em 14 de abril de 2015 
  • Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN 0-8390-0193-2 
  • Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN 0-670-15708-2 
  • Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-537941-9 
  • William Smith, ed. (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.: s.n.] 

Ver também

Faustina, a Maior
Nascimento: c. 100 Morte: 140
Títulos reais
Precedido por:
Víbia Sabina
Imperatriz-consorte romana
138–140
Sucedido por:
Faustina, a Jovem

Referências

  1. Birley, Anthony. Marcus Aurelius, Routledge, p. 243. Routledge, 2000. ISBN 0-415-17125-3
  2. BBC Brasil. «Arqueólogos desenterram cabeça de imperatriz romana». Consultado em 19 de março de 2010 
  3. Folha. «Arqueólogos desenterram estátua de imperador romano». Consultado em 28 de março de 2010 
  4. Terra. «Arqueólogos desenterram estátua de imperador romano». Consultado em 29 de março de 2010 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Faustina, a Maior
  • «Antonino Pio» (em inglês). Roman Emperors. Consultado em 28 de julho de 2013 
  • «Antonino Pio» (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2013 
  • «Faustina» (em inglês). Roman Provincial Coinage Online. Consultado em 28 de julho de 2013 
  • «Faustina» (em inglês). Livius.org. Consultado em 28 de julho de 2013 
  • «Faustina» (em inglês). ForumAncientCoins.com. Consultado em 28 de julho de 2013 
  • v
  • d
  • e
Principado
27 a.C.–235 d.C.
Crise
235–284
Dominato
284–610
Império do Ocidente
395–480
Império do Oriente
395–610
Império do Oriente/
Bizantino
610–1453
Itálico indica uma coimperatriz júnior, sublinhado indica uma imperatriz cuja legitimidade do marido é debatida, enquanto negrito indica uma imperatriz reinante
Controle de autoridade