Bronquite aguda

Bronquite aguda
Bronquite aguda
A figura A mostra a localização dos pulmões e dos brônquios. A figura B mostra os brônquios normais. A figura C mostra os brônquios durante um episódio de bronquite.
Especialidade Pneumologia
Sintomas Tosse com expectoração, espirros, falta de ar, febre, desconforto no peito[1][2]
Duração Até seis semanas[3]
Causas Geralmente infeção viral[1]
Fatores de risco Tabagismo, poeiras, poluição do ar[2]
Método de diagnóstico Com base nos sintomas[4]
Condições semelhantes Asma, pneumonia, bronquiolite, bronquiectasia, DPOC[1]
Prevenção Evitar poluição do ar, lavar as mãos[5]
Tratamento Repouso, paracetamol, anti-inflamatórios não esteroides[3][6]
Frequência ~5% das pessoas apresentam um ou mais episódios em cada ano[7][8]
Classificação e recursos externos
CID-10 J20-J21
CID-9 466
CID-11 727572936
MedlinePlus 001087
eMedicine article/297108
MeSH D001991
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Bronquite aguda é uma inflamação de curta duração dos brônquios, as vias aéreas de grande e médio calibre dos pulmões.[2][1] O sintoma mais comum é a tosse.[1] Entre outros sintomas estão a tosse com escarro, respiração sibilante, febre e desconforto no peito.[2] A infeção pode durar de alguns a dez dias.[2] No entanto, os sintomas geralmente duram cerca de três semanas e a tosse pode persistir durante várias semanas.[2][1] Algumas pessoas manifestam sintomas até seis semanas.[3]

Em mais de 90% dos casos, a causa é uma infeção viral.[1] Estes vírus podem ser transmitidos por via aérea, ao tossir, ou por contacto direto com o vírus.[2] Entre os fatores de risco estão a exposição ao fumo do tabaco, poeiras e outros tipos de poluição do ar.[2] Uma minoria de casos é causada por elevada quantidade de poluição do ar ou bactérias como a Mycoplasma pneumoniae ou a Bordetella pertussis.[1][9] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas da pessoa.[4] A cor do escarro não indica se a infeção é viral ou bacteriana.[1] Geralmente não é necessário distinguir se o organismo é de origem viral ou bacteriana.[1] Entre outras doenças que produzem sintomas idênticos estão a asma, pneumonia, bronquiolite, bronquiectasia e doença pulmonar obstrutiva crónica[1][7] As radiografias permitem distinguir casos de pneumonia.[1]

A prevenção é feita não fumando e evitando a exposição a outro tipo de irritantes pulmonares.[5] Lavar frequentemente as mãos também oferece alguma proteção.[5] O tratamento consiste geralmente em repouso, paracetamol e anti-inflamatórios não esteroides para aliviar a febre.[3][6] Há poucas evidências que apoiem o uso de antitússicos, não estando recomendados para crianças com menos de seis anos de idade.[1][10] O salbutamol não é eficaz nas crianças com tosse aguda que não apresentem restrição das vias aéreas.[11] Há algumas evidências da utilidade do salbutamol em adultos com respiração sibilante causada por diminuição do calibre das vias aéreas, embora possa também causar nervosismo ou tremores.[1][11] Geralmente não devem ser usados antibióticos.[12] No entanto, excetuam-se os casos de bronquite aguda causada por pertússis.[1] Algumas evidências apoiam o uso de mel e Pelargonium para alívio dos sintomas.[1]

A bronquite aguda é uma das doenças mais comuns.[3][13] Todos os anos, cerca de 5% dos adultos e 6% das crianças apresentam pelo menos um episódio da doença.[7][8] A doença é mais comum durante o inverno.[7] Nos Estados Unidos, em cada ano mais de 10 milhões de pessoas consultam um médico devido a esta condição, das quais a cerca de 70% são receitados indevidamente antibióticos desnecessários.[3] Estão a ser desenvolvidos esforços no sentido de diminuir o recurso a antibióticos nos casos de bronquite.[13]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p Albert, RH (1 de dezembro de 2010). «Diagnosis and treatment of acute bronchitis.». American Family Physician. 82 (11): 1345–50. PMID 21121518 
  2. a b c d e f g h «What Is Bronchitis?». 4 de agosto de 2011. Consultado em 1 de abril de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 
  3. a b c d e f Tackett, KL; Atkins, A (dezembro de 2012). «Evidence-based acute bronchitis therapy.». Journal of pharmacy practice. 25 (6): 586–90. PMID 23076965. doi:10.1177/0897190012460826 
  4. a b «How Is Bronchitis Diagnosed?». 4 de agosto de 2011. Consultado em 1 de abril de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 
  5. a b c «How Can Bronchitis Be Prevented?». 4 de agosto de 2011. Consultado em 1 de abril de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 
  6. a b «How Is Bronchitis Treated?». 4 de agosto de 2011. Consultado em 1 de abril de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 
  7. a b c d Wenzel, RP; Fowler AA, 3rd (16 de novembro de 2006). «Clinical practice. Acute bronchitis.». The New England Journal of Medicine. 355 (20): 2125–30. PMID 17108344. doi:10.1056/nejmcp061493 
  8. a b Fleming, DM; Elliot, AJ (março de 2007). «The management of acute bronchitis in children.». Expert opinion on pharmacotherapy. 8 (4): 415–26. PMID 17309336. doi:10.1517/14656566.8.4.415 
  9. «What Causes Bronchitis?». 4 de agosto de 2011. Consultado em 1 de abril de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 
  10. Smith, SM; Schroeder, K; Fahey, T (24 de novembro de 2014). «Over-the-counter (OTC) medications for acute cough in children and adults in community settings.». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 11: CD001831. PMID 25420096. doi:10.1002/14651858.CD001831.pub5 
  11. a b Becker, Lorne A.; Hom, Jeffrey; Villasis-Keever, Miguel; van der Wouden, Johannes C. (3 de setembro de 2015). «Beta2-agonists for acute cough or a clinical diagnosis of acute bronchitis». The Cochrane Database of Systematic Reviews (9): CD001726. ISSN 1469-493X. PMID 26333656. doi:10.1002/14651858.CD001726.pub5 
  12. Smith, SM; Fahey, T; Smucny, J; Becker, LA (19 de junho de 2017). «Antibiotics for acute bronchitis.». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 6: CD000245. PMID 28626858. doi:10.1002/14651858.CD000245.pub4 
  13. a b Braman, SS (janeiro de 2006). «Chronic cough due to acute bronchitis: ACCP evidence-based clinical practice guidelines.». Chest. 129 (1 Suppl): 95S-103S. PMID 16428698. doi:10.1378/chest.129.1_suppl.95S 
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