Baço acessório

Um baço acessório é um pequeno nódulo de tecido esplênico encontrado em algumas pessoas na vizinhança do baço, especialmente no ligamento gastrolienal e omento maior. Os baços acessórios podem ser isolados ou conectados ao baço por finas bandas de tecido esplênico. Eles variam em tamanho, desde o tamanho de um ervilha até o tamanho de uma ameixa.

Um baço acessório é uma pequena porção de tecido esplênico que está separada do baço principal. Esse fenômeno é relativamente comum, ocorrendo em cerca de 10-30% da população. Geralmente, os baços acessórios são assintomáticos e encontrados incidentalmente em exames de imagem, como ultrassonografias, tomografias computadorizadas ou ressonâncias magnéticas.

Características

Localização:

Os baços acessórios podem ser encontrados em várias localizações no abdômen, geralmente perto do baço principal. As localizações comuns incluem:

  1. Hilo esplênico: Próximo ao ponto onde os vasos sanguíneos entram e saem do baço principal.
  2. Ligamento esplenorrenal: Entre o baço e o rim esquerdo.
  3. Ligamento gastrosplênico: Entre o estômago e o baço.
  4. Omento maior: A dobra de tecido que cobre e protege os órgãos abdominais.
  5. Cauda do pâncreas: A extremidade do pâncreas mais próxima ao baço.
  6. Mesentério: O tecido que fixa o intestino à parede abdominal.
  7. Pelvis: Embora raro, pode ocorrer.

Essas localizações refletem a origem embriológica do baço e o seu desenvolvimento durante a gestação.

Sintomas:

Os baços acessórios são geralmente assintomáticos, mas em alguns casos raros, podem causar sintomas. Aqui estão algumas situações em que um baço acessório pode gerar sintomas:

  1. Dor Abdominal: Se o baço acessório sofre torção (torsão) ou infarto, pode causar dor abdominal aguda.
  2. Esplenomegalia: Em casos de esplenomegalia (aumento do baço principal), o baço acessório também pode aumentar, contribuindo para desconforto ou dor abdominal.
  3. Hemólise: Em pacientes com doenças hematológicas, o baço acessório pode participar da destruição excessiva de células sanguíneas, exacerbando os sintomas dessas condições.
  4. Complicações Cirúrgicas: Durante cirurgias abdominais, um baço acessório pode ser acidentalmente lesionado, levando a sangramento ou outras complicações.

Tratamento:

O tratamento de um baço acessório depende da presença de sintomas ou complicações. Em muitos casos, nenhum tratamento é necessário. No entanto, em situações onde há sintomas ou risco de complicações, podem ser consideradas as seguintes opções:

  1. Observação: Se o baço acessório é assintomático e descoberto incidentalmente, geralmente não é necessário nenhum tratamento. O acompanhamento regular pode ser suficiente.
  2. Cirurgia: A remoção cirúrgica (esplenectomia) pode ser considerada nas seguintes situações:
    • Sintomas Abdominais: Se o baço acessório causa dor abdominal devido a torção (torsão) ou infarto.
    • Complicações Hematológicas: Em casos de doenças hematológicas onde o baço acessório contribui para a destruição excessiva de células sanguíneas.
    • Planejamento de Cirurgia Abdominal: Se o baço acessório for identificado antes de uma cirurgia abdominal planejada e houver risco de complicações durante a operação.
  3. Embolização Arterial: Em alguns casos, a embolização da artéria que supre o baço acessório pode ser uma alternativa à cirurgia. Este procedimento é minimamente invasivo e pode ser realizado para reduzir o fluxo sanguíneo para o baço acessório, causando sua regressão.
  4. Tratamento de Complicações: Se houver complicações como abscesso ou ruptura, pode ser necessário um tratamento específico, como drenagem ou intervenção emergencial.

Baço acessório intra pancreático

O baço acessório é uma alteração congênita causada por uma falha no desenvolvimento embriológico do tecido esplênico, com incidência aproximada de 10% na população em geral. Em 16% dos casos, este tecido localiza-se no segmento caudal do pâncreas.

O baço acessório intra pancreático é uma afecção benigna e raramente causa sintomas. Sua grande importância resulta no fato de ser um diagnóstico diferencial de tumores neuro endócrinos pancreáticos, mas com terapias e prognóstico completamente distintos.

O presente caso descreveu um achado incidental de exame radiológico, que mimetizou tumor pancreático neuroendócrino.

Caso:

Mulher de 79 anos, assintomática, em seguimento de hepatite C crônica, ao realizar ultrassonografia de abdome de rotina apresentou achado incidental de nódulo hipoecoico de 10mm de diâmetro em cauda pancreática. Exame físico sem alterações e exames laboratoriais dentro da normalidade, inclusive CA19.9. A ressonância magnética de abdome confirmou o achado de lesão nodular de 12mm em cauda pancreática, hipointenso em T1, hiperintenso em T2 e com realce após a infusão de contraste.[1]

Ver também

Referências

  1. Marcelo Protásio dos Santos; Rezende, Aline Pacheco; Santos, Paulo Vicente; Gonçaves, José Eduardo; Beraldo, Fernando Bray (12 de junho de 2017). «Baço acessório intrapancreático». einstein (São Paulo): 366–368. ISSN 1679-4508. doi:10.1590/S1679-45082017RC3942. Consultado em 1 de julho de 2024 
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